quarta-feira, 19 de março de 2014
Tábua de Mistérios
Às vezes ( tantas vezes)
dou por mim debruçado
sobre as minhas próprias margens.
Corre-me um rio
bravo, indomável,
impossível o mergulho.
Sopra uma aragem;
no leito revolto,
um cheiro forte
a lava em combustão.
Imprudente navegá-lo.
Há cachoeiras
que se enrolam no tumulto
da queda.
Suspenso o olhar
o chamamento do arco-íris.
Tenho que me reconduzir ao meu rio,
não posso deixar de entrar
dentro de mim.
Agostinho Santa in " Tábua de Mistérios ( e o amor, entretanto)", Garça Editores, 2004
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Como é agradável, podermos entrar, na suavidade deste seu Blogue"...
ResponderEliminarRepleto de surpresas, e sabedoria.
"Adoça"! o olhar do leitor