M. Nogueira Borges |
Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Fernando Pessoa
Era escritor, cronista e poeta. Era um homem livre, um idealista puro e
genuíno. Era meu amigo. Partiu, serenamente, deste nosso mundo em crise
económica, financeira e social, na noite de 27 de Junho de 2012, em vésperas
dos festejos de S. Pedro. Para trás, sem tempo para se despedir de
ninguém, deixou os montes durienses da sua infância, no alto de S.
Gonçalo, onde “cresceu a ver os montes amarelecerem no Outono e a
reverdecerem na Primavera; os homens a subi-los e descê-los alagados em
suor e em cansaço”. Era o tempo, o seu tempo da sua meninice, em que
lembra: “comiam-se azedas e amoras silvestres, figos lampos ou uvas
ainda verdes roubadas nas estremas”. Aqui estava o seu “apelo da terra e
o chamamento do sangue”, a marca sagrada em que a “natureza enchia-se
de signos que possuíam a maravilhosa simplicidade da criação”. Também
eram as marcas da sua identidade e das suas convicções. O destino
levou-o até terras de África, mas se no regresso ficou a viver em Vila Nova de Gaia, manteve sempre a fidelidade às suas origens.
Conheci-o, antes de ele o saber, quando, em finais de 1980, comprei o
seu primeiro livro, Não Matem a Esperança, edição de autor, ma livraria da Imprensa do Douro, onde havia à venda por um preço barato o único
exemplar, perdido na poeira do tempo, uma raridade para mim que,
sinceramente me pareceu estar ali à minha espera. Esse pormenor
entusiasmou-me significativamente, embora deva dizer que, naquele tempo,
eu nada sabia do escritor. Apenas sabia que o seu torrão natal era uma
pequena aldeia perto da Régua. Mas alguma coisa eu aprendi com a leitura
das 79 páginas que devorei num ápice. Tive a noção exacta que estava
diante de homem que pretendia compreender-se a si e ao seu semelhante.
Eu tinha diante de mim um homem idealista, de causas e utopias, com um
sentido particular de justiça, empenhado na construção de um país mais
justo e solidário.
Sobre aquele seu primeiro livro ficaram-me as
melhores impressões do escritor de quem nunca pensei vir a ser amigo. A
leitura desse livro, que guardo na minha biblioteca pessoal, fez-me
pensar de uma outra maneira, com mais consciência da realidade, e no
mundo pejado de injustiças e dominado por quem tem fortunas, eu que
saíra de uma pequena aldeia e começava a estudar Direito na Universidade
de Coimbra, que ele frequentara e onde, por circunstâncias da vida e
das dificuldades económicas, não pudera acabar aquele curso.
Sei que a crítica acolheu a sua primeira criação literária com uma
referência positiva e agradável para quem se iniciava como escritor. Os
mais atentos viram no livro um homem revoltado com as injustiças do seu
tempo, uma geração que fez a guerra colonial de África, a coragem de
denunciar os males sociais, ao mesmo tempo que, pelas reminiscências da
sua infância, dava voz ao homem humilde e pobre da rua e da aldeia.
Vale a pena recordar o consagrado escritor João de Araújo Correia que
comparou o seu livro a um colar de pérolas em prosa. E o escritor de
nome feito e grande na literatura nacional Fernando Namora foi mais
longe ao definir aquela obra como a de um homem com uma visão lúcida e
atormentada pelo viver de hoje.
Conheci, anos mais tarde, o
homem e o amigo. Conheci-lhe o rosto e a expressão luminosa do seu
olhar, a ternura e a elegância dos seus gestos e o tamanho e a forma dos
seus pensamentos, a grandeza dos sentimentos. Sentados numa mesa da
Casa Teresa, em Matosinhos, a comer a boa sardinha assada, não
precisámos de muito tempo para gostar um do outro, de dizer olhos nos
olhos o que éramos, o que pensávamos das leis e do ideal de justiça,
como algo que pudesse guiar as nossas decisões práticas e melhorar as
nossas vidas. Se até àquele primeiro encontro éramos vizinhos na
pequenez do mapa de território da nossa região, ficávamos mais próximos
pelas experiências humanas, a humildade de procurar a luz para ver nas
sombras. Desse primeiro momento retenho tudo o que descobrimos de comum e
de diferente e, a partir daí, facilitou a nossa jornada por caminhos
abertos a mais afectos. Partilhámos as nossas paixões e as íntimas
memórias que nos unem ao Douro, o das paisagens arquitectadas pelo
trabalho árduo do homem, os socalcos que produzem o vinho fino bebido em
todo Mundo e as proezas titânicas de quem ficou para cultivar a vinha
e, assim, é capaz de sobreviver aos preços de miséria em cada nova
vindima.
Confesso que esta amizade com o Nogueira Borges ficou
assinalada pelo entusiasmo que me tem apaixonado pelas memórias dos
bombeiros da Régua. Aquilo que era a matéria do meu estudo e do meu
esforço estimulou-o a aprender comigo exemplos de dedicação, altruísmo e
solidariedade a que, nos tempos actuais, estamos habituados a dar pouco
valor. Mas ele percebeu que o mais importante que eu investigava eram
os homens de rosto, de outros tempos, mais generosos e solidários e que,
como nós, procuravam fazer o bem nesses tempos já então de egoísmo.
Mas é melhor explicar isto para, se calhar, se entender a importância
que ele deu ao meu trabalho. Quando pensei escrever um livro com as
memórias dos bombeiros da Régua – e que escrevi e publiquei em 2011 –,
ele apoiou-me e apresentou-me à Elvira e ao Vítor, os donos da Editora
Mosaico de Palavras, de Rio Tinto. Tinha acabado de publicar o último
livro. A nossa amizade tinha encontrado um terreno fértil para se
expandir e ele me mostrar cumplicidade e um inexcedível humanismo. Esse
seu sorriso e trato afável, parece que estou a vê-los aqui ao meu lado,
fixando-me nos seus olhos.
Sobre os Bombeiros Portugueses,
aqueles que ele considera os esquecidos da História, fez questão de lhes
evidenciar o seu valor e a sua importância, sublinhando o espírito
único da sua humanitária missão: “Muitos honestos e simples tiveram, têm
e terão os Bombeiros da nossa e de todas as terras. Homens que por um
pedaço de nada arriscam a orfandade e a viuvez de quem fica. Sujeitos à
traição numa qualquer serra, numa curva de estrada, num morro
inacessível, num cavado sem fuga, numa casa em labaredas, numa dedicação
de fraternidade. Pessoas destas não gananciam milhões, são felizes na
ajuda, não vêm em nenhuma lista da FORBES, não precisam de fingir
solidariedades – ELES SÃO A VERDADEIRA HUMANIDADE. Não fogem perante a
pobreza – combatem-na; não se desculpam com a escassez de meios –
suplantam-na; não se encolhem no perigo – dominam-no; não se esquecem
dos que morrem – choram-nos; não se assustam perante o cordão umbilical –
erguem a vida; não se importam do esquecimento – deixam escrito o
exemplo.”
Guardo o seu livro Lagar da Memória que me enviou pelo
correio, manuscrito numa das primeiras páginas com uma dedicatória
elogiosa e, de certo modo, imerecida, mas que me honra e me deixa grato
para sempre. Quando o Nogueira Borges gostava dos seus amigos, não se
poupava em manifestar as suas atenções de estima, afectos e
cordialidade.
Sobre o seu último livro, não lhe disse o que
pensava e, um dia, fez questão de mo dizer. De forma apressada,
reconheço agora, fiz um comentário sentido, escrito numa mensagem, que
me disse o emocionou e o fez chorar de alegria. Gostava de partilhar o
que escrevi, mas confesso que essa mensagem acabou por desaparecer no
meu telemóvel, apagada por outras, mais recentes, que lhe disputavam o
espaço.
Lembro-me que, há um ano, fui visitá-lo à Feira do Livro
de S. Marta de Penaguião, onde se encontrava a dar a conhecer o seu
livro, à espera de um novo leitor que comprasse e lesse o que ele ainda
tinha para dizer de nós. Levei comigo o meu amigo e colega de profissão o
Dr. Martins de Freitas, que queria comprar o Lagar da Memória mas que,
apesar de seu leitor, não o conhecia pessoalmente. Um momento de que
ele, mais tarde, gostou e me confidenciou por escrito assim: “Meu AMIGO.
Não vou esquecer a sua presença ontem em Santa Marta. ACREDITE. Só lhe
digo: OBRIGADO. Ainda para mais COM QUEM FOI”. Aí nasceu uma nova
amizade com o Dr. Martins Freitas. Não revelarei nenhuma inconfidência
ao dizer que a mesma foi intensa: partilhavam mensagens pelo correio
electrónico, momentos irrepetíveis de troca de conhecimentos sobre a
vida, as artes, o Douro, a vida difícil dos pequenos lavradores e a
literatura dos imortais escritores João e Camilo de Araújo Correia.
A meu pedido, sem qualquer subterfúgio, escreveu duas primorosas
crónicas sobre o mundo mágico dos Bombeiros da Régua. No fundo das
memórias do tempo de menino, quando vinha à vila Régua, na companhia da
família, encontrou na frente do seu olhar o bonito e imponente quartel,
desenhado pelo gosto da melhor arquitectura e construído em pedras de
granito e de xisto, e retratou figurinhas exemplares que deixaram boas
recordações. Mais uma vez, na sua mestria literária, lembrou os
primeiros incêndios que viu, o quarteleiro Senhor Zé Pinto, que o
emocionou ao revê-lo numa foto antiga. Este homem simples, que vestia
fato-macaco, tomava conta das viaturas e limpava as instalações,
pertencia àquela raça de “seres que são parte da iconografia de uma
sociedade e de uma geração”. Emocionado, trouxe, com retoques de
filigrana, lá da Eternidade, o bombeiro João dos Óculos, “o tipografo
que ganhava a vida a desenhar palavras no chumbo tipográfico”, morto no
ano longínquo de cinquenta três, com apenas 33 anos, no incêndio da Casa
Viúva Lopes.
Nessa viagem sentimental ao seu passado, foi
buscar alguém que se tornou muito especial na sua vida, uma das “suas
mais belas amizades”, a que o relacionou com o jornalista Jaime Ferraz
Gabão, que conhecera em Moçambique, mais concretamente em Porto Amélia,
no ano de sessenta e oito.
Não posso esconder a minha gratidão
pelas palavras que escreveu numa crónica para fazer uma análise crítica
muito bondosa ao meu livro, ao meu carácter e, em grande parte, à minha
dedicação em nome de uma causa humanitária em que me orgulho de dar
continuação ao trabalho de homens exemplares pela sua atitude cívica e
ética. Se eu o consegui emocionar com a leitura de algumas passagens do
humilde trabalho, ele emocionou-me mais e fez-me sentir que a minha
persistência na busca de figuras exemplares dos bombeiros não tinha sido
em vão. Aprendi com ele que, depois da vida, e isso não o esquecerei, o
que resta dos mais simples, aqueles que são abandonados ao
esquecimento, como o teu carreiro Peche, do teu conto que me levou até
as lágrimas, é “que a grande riqueza das pessoas é a boa recordação que
deixam”.
Gostava de escrever crónicas para os jornais. Fê-lo no
Notícias do Douro e, agora esporadicamente, no Arrais. Mantinha a mesma
coragem e lucidez e a desilusão de assistir à degradação do Estado
Social, da ideia de ter de viver com menos direitos, menos segurança,
menos assistência na saúde, nessa enorme treta vendida por políticos sem
passado nem memória. Gostava de invocar as suas velhas amizades,
emocionava-se com os pequenos nadas, revoltava-se com os sacrifícios das
gentes humildes do seu pátrio Douro. Pediu-me para publicar no Arrais
(ver pág. da edição de 31 de Maio de 2012), a crónica “Padre e Escritor”
– aquela que foi a última – dedicada ao Padre Joaquim Taveira da
Fonseca, também poeta, um amigo dos tempos dos bancos da escola
primária. Quis fazer uma surpresa ao amigo Quim, como o tratava, para
lhe falar de literatura, filosofia, destinos, Deus e seus desígnios, fé,
amor, a aldeia da nascença e de descendências familiares convenientes.
Tudo aquilo para fazer a recensão crítica, saudável e benigna ao livro
No Silêncio da Palavra, obra literária daquele seu amigo, que descreveu
como “a revelação do cruzamento com os outros, mormente com aqueles com
quem lidamos todos os dias; a procura da misericórdia da vida, esse
espaço de tempo limitado pela nossa finitude”.
Creio que,
durante estes dois últimos anos, o meu amigo Nogueira Borges encontrou
em mim um companheiro para conversar de coisas incomuns, esquecidas no
crepúsculo dos tempos, para mostrar a sua indignação com os tais
“mercados” do dinheiro e a insensibilidade escandalosa de quem nos
governa. Sempre numa observação límpida, mas corajosa, denunciava os
grandes males do nosso presente. Cito-o, como bom exemplo, através do
trecho de uma sua lúcida e espantosa crónica: “Vivemos um tempo de
desgosto patriótico, de míngua financeira e moral. Há quem brade aí pela
reencarnação salazarenta de chicote, pés descalços e uma malga de sopa;
quem subscreva abaixo-assinados pelo julgamento, nos pretórios
nacionais, dos políticos de ontem; os que defendem um castigador
emagrecer fiduciário para – num brasileirismo que a indigência do acordo
ortográfico já não faz corar – o povo, esse malandro perdulário, cair
na real.”
Esta sua militância cívica e activa contrastava com a
necessidade urgente de recolher num livro alguns anos de vida: Chegara o
seu tempo de recordar, que, como amar, é dos verbos mais sérios da
vida”. Chegara, na verdade, o seu tempo, que queria ocupar a “encher as
folhas virgens dos seus cadernos, ditar-lhes memórias e hojes…”.
Foram esses percursos da sua vida e dos mundos que percorreu e, outros,
sonhou que reuniu no livro Lagar da Memória, em 2011, numa edição da Mosaico
de Palavras, ao longo de duzentas e cinquenta páginas “escolhidas na
minha vindima literária e esmagadas em pousas de luar. O seu mosto é
transparente e genuíno, verdadeiro e honrado”.
Quem quiser pode
aí encontrar o homem, o poeta intimista. Nessa obra está o meu amigo em
corpo e alma. Lá encontram (quase) todo o seu Douro – aquele que
intensamente viveu, conheceu e amou – que imortalizou como se fosse um
historiador sem história. Lá encontram, no fim de uma jorna, o carreiro
Peche, em carne e osso, que foi sepultado e esquecido numa campa do
cemitério de Cambres, os lavradores que vendem o seu vinho a preços
espezinhados pelas Casas Exportadoras, as famílias que disputam a Quinta
do Pinheiro Manso, sem o benefício de letra A, os chauffeurs da praças
de táxis, os miradouros, as festas populares, a Rua dos Camilos, na
Régua, a artéria do comércio tradicional da Capital Vinhateira, os
barcos rabelos a sulcarem as correntes do rio de mau navegar, as criadas
(a Alice) que vai servir no Porto parta fugir à miséria, os lugares de
uma infância feliz a correr os caminhos que ligam a Corredoura, a
Senhora da Graça, os montes de S. Pedro e de S. Gonçalo, as chegadas das
rogas para as Vindimas que “em Setembro despertavam da moleza de
Agosto”, o trabalho das pousas, o ritual do trabalho humano quando as
uvas chegam ao lagar, as procissões de aldeolas como a de Guimares e
os cheiros, a luz de Verão, o lume da lareira acesa no Inverno, o
nascer do dia e novos amanhãs com esperança no futuro.
Depois,
se ainda tiver tempo, lá está o estudo antes de Coimbra, o militar que
fez à força a guerra colonial em África e o cidadão que trabalhou no
banco para ganhar o seu sustento… até nos deixar aqui sozinhos.
O
meu amigo Nogueira Borges era um homem superior, com uma dimensão ética
da vida. Morreu como viveu, isto é, com grandeza: o destino dos homens
simples como ele era: “Acreditem-me ou não, o que escrevi SINTO-O.
Sabes, a vida é feita por NÓS, ‘OS SIMPLES’, OS QUE ANDAM AQUI COM UMA
LUZ NO CORAÇÃO. SÓ TEMOS QUE FAZER UMA ‘COISA’: AGRADECER A QUEM NOS
DEU ESSA FELICIDADE!”.
No sublime poema que intitulou de Última
Vontade (na pág. 248 do livro Lagar da Memória) fez, sem invocar a letra
da lei que aprendera no pouco tempo de Coimbra, o seu derradeiro
testamento, antecipando aí a visão da sua morte física, que sabe ser
inevitável, sem dramatismo nem ressentimento, para dizer que devem
lembrar na sua ausência, assim:
“Quando eu morrer,
As andorinhas farão ninhos
No beiral da casa onde nasci,
Cantando de mansinho
Para que não me interrompam o fim.
Apanhem uma que seja dócil e bela,
Prendam-na às minhas mãos
E deixem-me ir assim com ela”
O que enternece e comove nestes versos não é a fragilidade e a
brevidade da existência humana, mas as palavras de um adeus sem
lágrimas, sem ressentimentos, mágoas nem rancores, envoltas no ambiente
campestre da sua infância, a lembrar a casa onde nasceu. O que viveu,
sonhou e amou está ali, feito num breve balanço da sua vida. Em poucas
palavras disse tudo de si: o seu mundo em criança e em adulto.
Como epitáfio deixou escrito outro poema para ser colocado na sepultura, ao lado de uma cruz, velas a arder e flores:
“Nasceu sem saber porquê;
Viveu sem que o estendessem
Morrendo sabendo para quê:
Para que na ausência o lembrassem”
Na verdade, é com esta modéstia, de sentimento verdadeiramente
humanista, que quer que o recordem, para quem sabia que a sua morte não
era fim. Algum tempo antes tinha escrito algo nesse sentido, afirmando
que a “a vida é passageira porque a alma é terna”.
“Morrer não é o fim
E quem me diz a mim
Que a minha vida, afinal
Não se renovará num caminho
De amor e carinho”.
Assim, andará, por certo, de luz no coração a voar com aquela andorinha
saída do seu poema, sob os Céus do Douro, rio acima e entre os
vinhedos, na esperança de uma grande novidade na próxima vindima. Como
escreveu na crónica Lembrança de Natal (na pág. 218 do livro Lagar da
Memória): “O Douro, esse, não morre, continua a correr, leva nostalgias,
sonhos e destroços”.
Com ele (e com a sua andorinha) vai uma parte de mim...
Disseram que estás sepultado num jazigo de família no cemitério de
Mafamude. Não sei se se enganaram ou se, distraídos, não te viram passar
com a andorinha. Também não sei por que caminhos onde andarás, mas até
estou menos triste…. Porque, onde estiveres, talvez passe um rio Douro,
como o nosso, onde navegam os velhos barcos rabelos, comandados pelo
destemido mestre arrais à proa, carregados com pipas de vinho fin, para saborear no silêncio das tardes de pôr-do-sol de Porto
Amélia, na sua saudosa África portuguesa.
Tenho a certeza que continuas connosco.
se houver uma porta de passagem
nesta vida
que seja o teu abraço
onde o carinho se protege
e abre as suas asas
Daniel Gonçalves
José Alfredo Almeida
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