Uma
aparência discretamente senhoril. Uma leveza erecta de corpo cansado. Uma fiada
de rugas a servir de colar. Um vestir viúvo. Um cabelo cor de lua cheia. Um
sorriso triste de avó contente. Umas mãos com marcas de caminhos andados. Um
regaço-placenta de afectos. Uma pele castigada com receio de tocar macieza
etérea de algodão.
Criança refastelada em conforto quente.
Carninhas roliças sorrindo saúde. Bem-estar estampado no rosto redondo. Branco
sobre negro com a sua simbologia.
Recanto florido de vasos vários, em cenário
com cor e aroma, reverdece a ternura. Ar leve e livre.
Um perto de início num perto de fim. A lei
da vida. Da dependência à independência. E vice-versa. Que assim seja!
Diz uma máxima francesa que é bom
abrigar-se atrás de uma velha sebe. A protecção metaforizada em escolha vegetal
sem férias de folhagem. Abrigo e sombra seguros. Também na velhice!
M. Hercília Agarez
Vila Real, 21 de Junho
M. Hercília Agarez
Vila Real, 21 de Junho
..Amor ..tanto "AMOR".."nesta ternura imensa ..
ResponderEliminar..Magia..."envolta "....persistente ...!!
Gostei....mesmo !!