Partiste saciado. Vieste, amantado de
noite, vais-te no alvor do dia. Como um fugitivo, acovardado. Vais e vens.
Sabes que sempre te espero com o sabor adocicado da minha nudez madura e
segura. Não me vendo. Dou-me. Não te cobro amor. Sinto-me paga com o prazer das
tuas mãos macias percorrendo com vagar o cetim da minha pele. Apertas os meus
seios de donzela à medida do seu côncavo, como quem avalia a autenticidade de
uma pedra preciosa.
Partiste. Partes, sempre. Voltas, sempre.
Até quando? Aproveita o meu apogeu físico. Não és o homem dos meus dias, mas
as minhas noites perdem o sentido sem o calor sensual do teu corpo rijo a
entrar no meu, sorrateiro, com avidez suave e terna.
Sigo-te, qual maja desnuda,
com olhos de vigília. Segues apressado. Abençoa-te e absolve-te a luz matutina,
ainda tímida e nem sempre cúmplice.
* Nome de quadro de Francisco de
Goya pertencente ao Museu do Prado, Madrid.
M. Hercília Agarez
...Não me importo ..de ler ..ler..e
ResponderEliminarreler...!!!
MUITO BONITO..ESTE EXCERTO !!!
La Maja Desnuda, plena de sensualidade.
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