Foto: josé alfredo almeida |
Vejo uma cara nova no café.
Inquieta, apressada.
Espera quem? O quê?
– Ainda não pediu nada.
Olha o relógio, com frequência,
E a porta, no Verão, escancarada.
Quem, o quê, é motivo desta urgência?
– Ainda não pediu nada.
Encontro de negócios, importante?
Empréstimo vital de dinheiro? A mesada?
Ou a compra da droga, furtiva e aviltante?
– Ainda não pediu nada.
Mas o empregado vem: – «O que deseja?»
Subitamente surge à entrada
Uma mulher que o abraça e o beija.
– Saem sem pedir nada!
António Manuel Couto Viana
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