Foto:josé alfredo aslmeida |
Gambiarras de
folhas verdes, amarelas, encarnadas. De nuances plurais. Presas por fios
invisíveis, brilham luz.
Aqui estão, a
partilhar connosco, outoniças e quase inverniças, o espírito de Natal, expressão tão gasta como fundilhos de pobres.
Embora filhas de cepas várias, reuniram-se, fraternalmente, para se
constituírem uma alternativa natural a arraiais urbanos de espalhafatosos
motivos figurativos, onde não faltam gingle bells para todos os gostos.
Dispensam enfeites.
Fazem a festa sem despesa. Reluzem, sem lâmpadas acesas, entoam, em surdina,
modinhas ouvidas nos descantes vindimadeiros. Ninguém as foi arrancar entre
sobreviventes de fogos fáceis. As folhas não são agulhas afiadas e resinosas,
agressivas. São suaves ao tacto e ao trato.
Poderia recitar-se
a lengalenga das castas do Douro, mas essa qualquer um sabe. Há muito está
memorizada, como oração de infância à espera de ámen.
Registamos a
mensagem destas parras nossas:
- A vós, que nos
amais, a nós, usufruidoras de paz desataviada, em modéstia isenta de ambições,
desejamos isso mesmo. E que sejais rijos e sãos. Que cá estejais no próximo
ano. Não seremos nós as protagonistas da decoração, mas não será ela muito
diferente. Ámen.
M. Hercília Agarez, Natal de 2018
A lucidez poética numa bela imagem que traduz um tempo
ResponderEliminarde mistificações e de uma certa loucura colectiva.
Retribuo o prazer que sempre me têm dado desejando-lhes
um novo ano pleno de harmonia. Obrigada.
Belas e simples as "GAMBIARRAS " ..
ResponderEliminar..reluzem...ternamente...
..Aroma de NATAL...POEMA DE NATAL...!!
GOSTEI::MUITO::!!
FELIZ NATAL...