Foto:josé alfredo almeida |
Majestosa. Imponente. Seráfica. Narcisista. Templo de colunas
semi-geminadas. Impõe a sua cúpula gigantesca, feita de folhas em miniatura,
numa paisagem em que dominam, vistas dali, umas vinhazinhas decrépitas, de
folhas encarquilhadas, velhas, moribundas.
Nunca a terão tesourado, como às suas colegas sem
pergaminhos, para facilitar a apanha da azeitona. A sua missão é decorativa,
não produtora. Os seus frutos, mimeticamente confundidos com a folhagem (mais verde, menos verde), são tão inúteis como as pedrinhas das margens do
rio.
E
troça dos longes, olha a cidade como se fosse a Régua dos Pequeninos. As
pontes, os montes, o rio parecem-lhe
desenhos infantis. E o seu ego incha desmesuradamente ao ver nela fixas
objectivas fotográficas num momento em que os passantes só associam a beleza da
região duriense ao colorido policromo dos vinhedos.
Vila Rea, 22 de Novembro
M.
Hercília Agarez
E sem dúvida que merece esta prosa.
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