Foto:josé alfredo almeida |
A Régua no seu melhor. O rio, arrependido das furiosas
investidas do Inverno passado, pacificou-se. Entrou nos eixos. E voltou a ser
lago. E voltou a ter cor transparente. E voltou a rivalizar, em suavidade azul,
com um céu soalheiro.
Régua primaveril. Espaço de alcatifa verde em tempo de
renovo. A vitória da relva sobre o betão. Que ninguém ouse conspurcá-la. Um
simples papel a magoará.
Uma gentileza oportuna para os caminhantes pedestres.
Passadeira (quase) vermelha. Sem automóveis. Sem salvo-condutos para a
poluição. Cada um com sua passada. Nada de maratonas nem contra-relógios. Lazer
saudável, apenas.
Régua. Amanhecer estimulante. Sorridente. Um convite à
fruição de mais um dia de vida, essa efemeridade que, segundo João de Deus, É ai que mal soa.
Escreveu Camões num seu poema: "Vão as serenas águas /
Do Mondego descendo / Mansamente, que até o mar não param...". Não
escreveu Douro porque a palavra tem um sílaba a menos... E quanto a serenidade,
estamos conversados...
Vila Real, 7 de Maio de 2016
M. Hercília Agarez
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