Foto: josé alfredo almeida |
AZUL, é com efeito a minha cor predilecta, ainda que, não menosprezando uma certa atracção pelo vermelho.
Ah, mas o AZUL!...Essa inebriante cor celestial preenche-me de todo; a ela recorro concomitantemente, muitas vezes sem dar conta, quando me abstraio do que quer que seja que me rodeie nesses momentos. E como é bom quando isso acontece!...E quando acontece, significa geralmente que me ausentei para outras paragens, ainda que reflexivas.
Não!...Não significa que esteja angustiada, triste, nostálgica ou deprimida. – NADA DISSO! Significa, isso sim, que a minha mente, momentaneamente é transportada para DOCES E TERNAS LEMBRANÇAS que integram o meu percurso existencial.
- Mas sabem o mais caricato? Nem sempre essas DOCES E TERNAS LEMBRANÇAS corresponderam a ALGO de BOM, que é como quem diz: nem sempre tiveram um FINAL FELIZ, pois algumas delas vieram a traduzir-se em PERDAS, com acutilantes dores inicialmente…
Ainda assim e apesar do desfecho final, proporcionaram no seu decurso momentos de grande FELICIDADE, inesquecíveis de todo e, estrategicamente, é nesses mesmos que penso, colmatando assim a negatividade subjacente às PERDAS… por isso mesmo, atribuo a essas tais Doces e Ternas Lembranças uma significância relevante metaforicamente falando, análoga ao AZUL…O MEU AZUL QUE ME INEBRIA A ALMA!
- Parece algo complicado de gerir do ponto de vista emocional, não? – Pergunto eu!
Não digo que não…dependerá da visão de cada um per si relativamente à própria vida, à forma como a veem e vivem o seu AZUL.
E para mim, o meu AZUL é uma multiplicidade de “coisas”:
A cumplicidade afectiva que tenho para com os que amo e que me amam; o sorriso estonteante de uma criança; o olhar confiante de um doente que cuido; a ternura mútua de um casal idoso inseparável desde sempre; um “amo-te!”; um “amei-te imenso!”; um “perdoa-me!”; um “é melhor assim para ambos!”; um “até sempre, mas tenho que ir!”; e até um silêncio incompreensível de todo!... … Ah! E uma paisagem...uma magnífica paisagem contextualizada num AZUL INEBRIANTE, de noite ou de dia, no mar, no rio ou em terra, mas de preferência em terras lusas. Sim! Porque inequivocamente temos a benesse de termos lindas e maravilhosas paisagens por este nosso Portugal fora!...
E de repente veio-me à ideia um aprazível passeio que fiz, não há muito tempo por terras do nosso Douro, mais concretamente, até ao Pinhão, no qual tive a oportunidade de me deleitar com as suas inigualáveis encostas e o rio que as “abraça” debaixo de um céu azul divinal.
Enfim…”momentos AZUIS” que perdurarão na memória e que deixaram saudade.
Este é, com efeito, o MEU AZUL! E esta sou eu! Uma eterna sonhadora, pela vida, apaixonada!...
Para José Alfredo Almeida,
autor do Blogue Pátria Pequena,
com admiração, carinho e amizade.
Enfermeira de Bloco Operatório em CHUC-EPE – CENTRO HOSPITALAR E UNIVERSITÁRIO DE COIMBRA
Muito obrigada pela publicação do meu texto no seu blogue.
ResponderEliminarA foto que o contextualiza é lindíssima: uma névoa que acabará por desvanecer debaixo de um AZUL inebriante...
Beijinhos. :)
Viver a vida…em azul!
ResponderEliminarUma paisagem encantadora
A paisagem sul duriense é marcada pela imponência avassaladora que o contraste entre a serra e o vale aqui permite usufruir em toda a sua plenitude. De alguns pontos estratégicos situados nas serras, se pode apreciar, na sua máxima beleza expressiva, o rio Douro e as encostas que, ora suave, ora abruptamente, a ele vão dar. O rio Douro é, assim, o ponto fulcral da beleza paisagística da região. Podemos apreciá-lo das elevações propícias, que se encontram um pouco por todos os cumes que o circundam, ou podemos optar por uma aproximação mais íntima com as suas águas e perdermo-nos na beleza estonteante das suas margens, aqui esmagadas pelas escarpas rochosas que sobem quase a pique até ao azul infinito, além espraiadas em socalcos secularmente trabalhados pelo Homem que, dominando a Natureza adversa, consegue plantar vinhedos em inimagináveis e aparentemente inacessíveis lugares. A paisagem do Douro possui aquela força estranha que resulta de um forte compromisso entre o ser e a terra, que mesmo quando domesticada, parece nunca perder a sua essência bravia e selvagem e que representa, afinal, o profundo respeito que o Homem aqui sempre manteve pela Natureza que o rodeia
Agostinho Ribeiro
(Diretor do Museu de Lamego)
Por Luis Lemos