sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Tivesse eu sabido...

Foto: josé alfredo almeida

 A Régua, hoje as 12.30 horas....



Tivesse eu sabido, quando a vida era um vento tépido e feliz,

Brando e ruidoso na aurora e na névoa brilhante do orvalho,

Que havia de chegar o tempo em que, suspirando os corações diriam:

“Tivesse eu sabido…”

Nem sequer as rosas rindo ao beijarem-se,

Nem, ao sol, o mais encantador riso ondulante do mar,

Teriam vindo fascinar a minha alma para que neles reparasse.


Agora o vento é como uma alma desterrada a rezar inutilmente

As preces que não conseguimos ouvir se o coração lhes resiste,

Agora que a minha própria alma, à deriva e perdida como o vento, suspira:

“Tivesse eu sabido…”



A. C. Swinburne

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