domingo, 9 de novembro de 2014

Vem


Foto: josé alfredo alfredo

Vem.
Adormece encostada a este braço
Mais débil do que o teu.
Entrega-te despida
Nas mãos dum homem solitário
Que a maldição não deixa
Que possa nem sequer lutar por ti.
Vem,
Sem que eu te chame, ou te prometa a vida.
E sente que ninguém,
No descampado deste mundo, tem
A alma mais guardada e protegida


Miguel Torga

1 comentário:

  1. E devagar o olhar "persiste", neste rio"prateado",
    e neste silèncio ...se fica "fascinado"!

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