Foto: josé alfredo almeida |
cestos vindimos,
carros de bois e lagares...
Homens a pisar os cachos,
braços entrançados
numa forte corrente humana.
A minha infância tem desfolhadas
na eira,
à luz do gasómetro,
ao som do acordeão,
ao luar...
A minha infância tem afetos,
muitos abraços,
ao surgir a espiga vermelha,
do milho- rei...
Naquele tempo,
era fácil
fazer uma criança feliz!
Tudo era brinquedo
e brincadeira,
graças à criatividade e à imaginação.
Os jornais,
os farrapos,
as meias velhas,
viravam barcos de papel,
bonecas de trapos,
bolas de futebol...
As crianças corriam,
saltavam,
brincavam,
na terra,
na lama,
à chuva...
As tardes eternizavam-se,
a saltar à corda,
a jogar ao esconde- esconde,
à cabra- cega,
ao pião,
ao botão...
A minha infância é d'ouro.
Douro- agora palco das desfolhadas
e das vindimas.
Rituais de estreita comunhão
com a Natureza!
Ana Freitas
Está linda esta "ternura"...
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