quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Paisagem poesia

Foto:josé alfredo almeida 


Sentava-me numa relva de jardim à tua espera:
a frescura acesa e esperançosa no tempo que ainda faltava.
Nos meus lábios
uma citação anónima dava o mote para a ternura da tarde.
Quase um verso.
Escrevi na pele, rasguei bem fundo.
Se eu cravar a unha no sulco
e a dor perdurar para lá desta compreensão
quer dizer que ainda estou viva? Irá o meu coração
saltar do peito aberto à velocidade da luz?
Quase um fio infinito de sangue e pensamento e vida e amor.
Na escrita e no rosto, tu disseste. Mas eu ainda não sabia de ti.
Na escrita e no coração, eu disse. E tu soubeste de mim.
E é no rosto que exponho o meu coração perante o teu poema
enquanto o crepúsculo escrevia um livro inteiro nas bocas verdes.
Adília César

1 comentário:

  1. Olhar a fotografia ..
    ..ler o poema
    "O ENCANTAMENTO É ..TREMENDAMENTE ..
    IMENSO !!!

    ResponderEliminar