sexta-feira, 30 de novembro de 2018

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Os Poemas da Minha Vida de Manuel de Novaes Cabral






Aquele que trazia uma vinha guardada
na gaveta mais íntima da alma
não pode ter morrido.

Digamos que emigrou,
com vontade de um dia regressar,
voltar a ver o rio, afagá-lo
como se afagam as cãs de um velho pai.

Felizmente para nós,
não pôde levar na mala breve
os seus papéis, os seus livros, a viola
que dedilhava em pensamento
e nos fazia dedilhar a nós.



De modo que, enquanto não regressa,
a sua voz continua a nosso lado,
indicando caminhos, desbravando
matagais que ocultam a esperança.



A. M. Pires Cabral



(Há rios que nos correm nas veias dos homens. 
Não vale a pena fugir-lhes.Estão entranhados.
Mesmo quando não estamos  neles, eles estão  em nós. 
Acho  que nasci com uma vinha guardada na alma.)

Poesia colorida

Foto:josé alfredo almeida


Somos poesia
e nada mais existe
para além de nós.



Emanuel Lomelino

Olhar de Outono-49

Foto:josé alfredo almeida

Eternamente Douro-768

Foto:josé alfredo almeida

Eternamente Douro-767

Foto:josé alfredo almeida

domingo, 25 de novembro de 2018

Cada qual é para o que nasce...

Foto:josé alfredo almeida




Paira a melancolia
em crepúsculos outonais:
finitude.


Cada qual é para o que nasce… Até para ser folha é preciso ter sorte… Nós, neste mais um outono, estamos feias, encarquilhadas, ressequidas, pasmadas, como mulheres a quem o trabalho sulcou os rostos, antes da velhice. Numa pobreza irremediada de cores e de formas, não nos resta senão conformarmo-nos com debilidade sem viço e sem brilho.
Cá de um alto agreste e madrasto, olhamos as nossas colegas fluorescentes, ainda presas por um fio ou já cobrindo chãos rurais e urbanos, em irrecusáveis convites a sorrirem para a fotografia. E mesmo, no caso dos plátanos, a deixarem-se apanhar, todas convencidas, por mãos românticas que as põem a secar em felizardas páginas de livros. Secas, manterão o charme e ganharão o estatuto de marcadores. Das parras, nem falamos. Essas usam e abusam dos dotes camaleónicos. Até ao último suspiro (belas, mas mortais…), os seus cambiantes outonais são a festa da folha, antecedida da euforia dos frutos, meninos dos olhos de região onde nem só o rio reina.



M. Hercília Agarez 
Vila Real, 25 de Novembro de 2018

Deslumbrar

Foto: josé alfredo almeida

Eternamente Douro-764

Foto:josé alfredo almeida

O meu Moledo-161

Foto:josé alfredo salmeida

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

segunda-feira, 19 de novembro de 2018