Quem é aquele miúdo descalço, com um ar muito traquina que, ao olhar atentamente para a objectiva do fotografo, nos parece desafiar? Que nos quer ele dizer do seu tempo, destacando-se como um pequeno herói?
Quem são todas aquelas crianças que o observam um pouco mais atrás, encostadas a um velho e imponente casarão, no cimo da rua de Medreiros, hoje chamada rua de Maximiano de Lemos?
Estás interrogações não só são minhas, são mais de alguém que está à beira do presente de uma cidade que não sabe guardar as memórias do seu povo, dos seus antepassados e das gerações que deixaram marcas do seu tempo.
Quem é aquele miúdo que parece atravessar a máquina do tempo e vir até ao encontro ao nosso presente?
A Régua de hoje não sabe nada da sua história. Nem saber sequer que o olhar traquina desse miúdo está ligado ao seu futuro como uma pequena cidade da vinha e do vinho - o melhor vinho do mundo- e de um comércio e negócios que trouxeram alguma prosperidade e bem estar social.
Quem é aquele miúdo que nos interroga do teu tempo, a Régua dos anos 40 ou 50? Não sei, mas gostava de saber quem é ele e o que ainda nos poderia contar da sua vida e dos seus sonhos. Saberíamos mais de nós mesmo, mas nada sabemos do que esta imagem preservou de boa memória.
Mas, quem souber o nome daquele miúdo, que mo diga.
Eu apenas sei aquele miúdo descalço- e certamente muito pobre- que aqui viveu, cresceu, acreditou sempre nos seus sonhos, ainda não morreu.
Aquele miúdo traquina, somos todos nós reguenses. E eu acredito que sim.
José Alfredo Almeida
Há relíquias a preservar, como esta maravilhosa foto que nos transmite em muito, do verdadeiro espírito reguense, que certamente perdura.
ResponderEliminarO texto, um precioso contributo reflexivo, evocando achados históricos alusivos à Régua e que nos leva a visionar aquele "miúdo traquina" como a "alma" dos reguenses que dignificam a sua cidade.
Parabéns ao seu autor! :)
Uma " maravilhosa" . criança , com o mais bonito, coração ..
ResponderEliminare decerto o "miúdo" que ,mesmo descalço e pobre ,
acreditou nos seus sonhos ..e os viveu ..verdadeiramente..
Parabéns , parabéns , amigo e autor...
Era na regua e em todo o Portugal miséria abismal ao lado de palacetes senhorais
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