Foto:josé alfredo almeida |
Mais vale boa fuga que má espera
(Pensamento
francês)
Não é esta a residência das ramadas em fuga
a cepas velhas e revelhas, ásperas ao tacto, tristes ao olhar.
Espreguiçando-se, languidamente, sonham outros voos. Desafiam o destino sem
medo de represálias.
Acompanharam, atentas e bisbilhoteiras, a
construção deste gradeamento protector de entradas indesejadas. Na espera, foram
arquitectando a aventura. Sem despedidas piegas, chegaram e “floriram” em
modernidade com gente dentro, convivas de outos mundos, de outros status, de
outras palavras. Ou seja, mania das grandezas!
Deste terraço contempla-se o Douro dos
longes, dos trabalha-quem-precisa, dos suores secos por sóis compreensivos, dos
turistas do magnifique, do wonderful, do wunderbar.
Mesmo que estres ramos subtis tenham, com a
façanha, sacrificado a produtividade à estética, decerto andarão nas palminhas
dos felizes contemplados até ao momento de lhes oferecerem, como paga da
hospitalidade, bouquets de folhas multicolores.
M. Hercília Agarez
Vila Real, 29 de Maio
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