Foto:josé alfredo almeida |
Uma verticalidade jovem e enfolhada irrompe da neblina
matinal. Despiu o "manto diáfano"* e exibiu-se em corpinho bem feito.
Vaidosa, como menina enamorada. As companheiras, ciumentas, fugiram para outros chãos.
À tarde espera a habitual visita do vento. Muito gosta ele de
bailar com as suas folhas! Agarra-as, sensualmente, ao ritmo de valsa de
Strauss. Enquanto é tempo de baloiçarem em suspensão sublime. Aproxima-se a
despedida. A "nudez forte da
verdade"* ameaça, dia após dia. Restará, em breve, a imagem negra da
rendição.
O banco, arrepiado, aguarda um sol prometido. O rio, esse,
vê-se em palpos de aranha para rasgar aquele lençol que, maldosamente, tenta
esconder-lhe o esplendor.
Uma árvore. Como tantas outras. Mas esta a fazer continência
à bandeira...
* palavras de Eça de Queiroz
Vila Real, 25 de Novembro de 2016
M. Hercília Agarez
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