Foto:josé alfredo almeida |
Começaram as primeiras chuvas.
Da terra desprendem-se cheiros, as cores da natureza alteram-se. A chuva e a brancura das manhãs, cria em mim, uma alegria (quase) de criança.
O Outono começara.
Era o regresso às aulas.
Um manto branco cobria o rio.
Como um presente ou um livro que se abria lentamente, as nuvens dispersavam-se,
a beleza das cores, o mistério das pontes e o céu tão alto (mas infinitamente mais perto do
que nas cidades grandes, repletas de prédios e arranha-céus), ficavam a descoberto.
Mil flores, de várias tonalidades debruçadas sobreo o rio,
em escadas e caminhos desenhados à mão.
Pelo homem e creio eu, por um Deus.
As árvores de folhas acobreadas e os muros de flores ainda azuis e amarelas, iam aos poucos
atapetando os meus passos leves de criança.
No regresso da escola, nas tardes em que o sol se esquecia do tempo, eu subia dois a dois os
degraus das escadas da minha casa em direcção ao quintal, sobranceiro ao rio Douro.
As flores, as árvores numa metamorfose de cores.
Era Outono.
De alguma forma eu sentia, que aqueles momentos aquela beleza rara, era para guardar.
Porque tudo mudava.
Eu iria mudar também.
Mas sem perder a capacidade do deslumbramento.
E da essência das coisas (da vida).
Da terra desprendem-se cheiros, as cores da natureza alteram-se. A chuva e a brancura das manhãs, cria em mim, uma alegria (quase) de criança.
O Outono começara.
Era o regresso às aulas.
Um manto branco cobria o rio.
Como um presente ou um livro que se abria lentamente, as nuvens dispersavam-se,
a beleza das cores, o mistério das pontes e o céu tão alto (mas infinitamente mais perto do
que nas cidades grandes, repletas de prédios e arranha-céus), ficavam a descoberto.
Mil flores, de várias tonalidades debruçadas sobreo o rio,
em escadas e caminhos desenhados à mão.
Pelo homem e creio eu, por um Deus.
As árvores de folhas acobreadas e os muros de flores ainda azuis e amarelas, iam aos poucos
atapetando os meus passos leves de criança.
No regresso da escola, nas tardes em que o sol se esquecia do tempo, eu subia dois a dois os
degraus das escadas da minha casa em direcção ao quintal, sobranceiro ao rio Douro.
As flores, as árvores numa metamorfose de cores.
Era Outono.
De alguma forma eu sentia, que aqueles momentos aquela beleza rara, era para guardar.
Porque tudo mudava.
Eu iria mudar também.
Mas sem perder a capacidade do deslumbramento.
E da essência das coisas (da vida).
Ana de Melo
OUTONO...BELO ..OUTONO ..!!
ResponderEliminarAna de Melo...sei que gostei ..imenso !!!
Foi decerto uma infância feliz, e um privilégio
ResponderEliminarvivê-la num sítio tão maravilhoso.
Gosto muito da sua escrita, que liga perfeitamente
com as belas imagens.