quarta-feira, 1 de abril de 2015

Entra pela janela

Foto:josé alfredo almeida 



Nem sempre a luz vem assim: 
salta como um rapaz muro após muro, 
entra pela janela.

O brilho dos medronhos chega ao fim: 
extrema ponta dos dias, 
aproximação da água.


Dia feito para a música, dizias; 
ou para a dança, acrescentavas: 
ritmo puro, sustido.

De muro em muro, sem nenhum peso, 
entra pela casa. 
Agora é ela que dorme comigo.


Eugénio de Andrande

Sem comentários:

Enviar um comentário