Foto: josé alfredo almeida |
Muita coisa eu sei desde o anoitecer:
palavras que ferem e queimam,
nítidas como sal dentro dos lábio.
Muita coisa eu sei: casas sempre vazias
olhos com temor nocturno,
altos segredos nas mãos crispadas,
fome de pão, amor e paz.
Sabemos uns e outros muita coisa,
contudo quantas vezes fechamos as janelas
ao mel e sangue nos vidros da memória
António Cabral in "Antologia da Poesia Contemporânea de Trás-os-Montes e Alto Douro"
Sem comentários:
Enviar um comentário