Gente nossa. Das nossas berças durienses. Gente de trabalho
sem a qual Douro não dá vinho. Um saber de saber ser feliz com pouco. Uma
modéstia de condição. De nascença. De destino. Melhores ventos soprem no tempo
dos filhos a vir.
Um homem com a sua
mulher. Um senhor com a sua senhora. Em aprumo honesto. Companheiros para a
vida. Partilha de fadigas, de cansaços, de despertares para novo dia de jorna.
Pensamento num futuro. Ambos unidos em luta que passou de singular a plural. Porque
tudo vale a pena. Porque a alma deles não é pequena.
Um homem jovem
veste, pela segunda fez, fato de juras e de promessas. Uso, só deu aos sapatos,
mais apertados do que socos de calcanhar à mostra. Uma mulher jovem. A roupa do
casamento, os sapatos do casamento, tudo está a bom recato. Foi de branco,
claro. Pobre, mas honrada.
Foram à vila tirar
uma fotografia de casados. Memória a ficar de uma história ainda sem história.
Mão feminina em ombro masculino. Ternura sobre amparo.
O cenário é
enganador. O fotógrafo, um tanto naïf, quis enquadrar os fotografados em
ambiente idílico. Mas onde está o Douro que lhes dá o pão? Ah! Esse está
misturado com o sangue que se lhes passeia nas veias.
M.Hercília Agarez
27de Janeiro de 2019
.."Para sempre ..!!
ResponderEliminarO AMOR ..EM TUDO !!!