Foto:josé alfredo almeida |
Embora as temperaturas insistem
em negá-lo, estamos no Outono. Aqui é o Douro pedregoso, pardacento, despido das suas garridas
vestimentas, abandonado pelas suas gentes. Duas pedras de xisto, sozinhas e
tristonhas, brincam à geometria e, sem saberem o que isso vem a ser, criam uma
imagem digna de cenário para qualquer pintor interpretável.
Quantos anos lhes deve a terra, a
elas e aos seus arames enrodilhados e com a ferrugem à vista, como chagas de
mendigos? Cumprem, todos, o seu destino. As videiras são medrosas, precisam de
suporte protector, quais crianças agarradas a mãos maternas.
No chão confraternizam feias
folhas feitas lixo. Clima de finitude a que uns tímidos sorrisos verdes,
resistentes, dão um ar de esperança em
colheitas futuras.
M. Hercília Agarez, 8 de Outubro
de 2017
Bonito texto!
ResponderEliminarBelo.......àrduo..."sorriso "...
ResponderEliminar--Finitude .."recomeço...
..ETERNO..-DOURO...!!!