Blusa, saia e avental de motivos geométricos, em chita da
melhor qualidade. As riscas ao alto tornam a moçoila ainda mais élancée. A elegância da simplicidade. Na
cabeça, em vez de chapéu de palha, feminino lenço arranjado com arte.
Uma vindimadeira
sozinha tenta a naturalidade de um ar de quem trabalha. Para a fotografia.
Escolheu (escolheram), como cenário, uma vinha com uma ranchada de filhos. As
folhas empalidecem mal avistam uma tesoura de poda. Em idade fértil, espera voltar a dar ao sol, como as
companheiras rivais, mas só no ano seguinte , se o tempo for de feição.
A cesta, de rijo
vime, antepassada airosa e icónica do balde de plástico, quase transborda de
uvas acaloradas, esperando mudar de transporte. Dali transitarão para maior
carruagem, os vindimos que suores masculinos, condutores experientes, farão
desembarcar na última estação da via
sacra. E, em espaçoso espaço, em pedra, começa o fim do ciclo, evola-se o
perfume a mosto embriagador, espraiando-se pelos arredores com à vontade de
Setembro. Ninguém dá parte de fraco, nem tira o chapéu a Baco.
Vila Real, 19 de Setembro de 2017
M. Hercília Agarez
..
ResponderEliminarAqui onde o meu "RIO e a TERRA se AMAM ..!!!
Mãos de "FADA" ..as que tratam ..as que colhem....