Cresceu a
menina que embalou bonecas e tinha medo de cães ameaçadoramente guardadores da residência.
Quando a Perdigueira ofereceu aos patrões um par de filhotes, estes, passada a
fase da teta, elegeram o colo da donzela como berço fofo e quente. Acertaram.
Aquelas mãos de ternura macia, logo os fizeram esquecer a aspereza da língua materna.
Em breve aqueles cachorrinhos ganharão
tamanho e trocarão a passividade dos afagos, esquecerão o sabor dos mimos, partindo,
à solta, por caminhos de liberdade e de aventura.
Quem virá, então, à procura desse colo desocupado, desse
esbanjar de afectividade, da magia dessas mãos protectoras? Estará ela, triste,
sozinha, nas escadas, ou será preciso subi-las e bater à porta? A abri-la, quem
sabe, um coração adulto, ávido de outros afectos, umas mãos destinadas a outras
carícias.
Vila Real, 24 de Setembro de 2017
M. Hercília Agarez
...Os afectos ..,"sim...as
ResponderEliminar..Caricias ..essas que se trocam..tão "docemente ............
E a avidez ,,nelas contida !!!!
..Mãos ..!Ternuras !!!
..