Foto: josé alfredo almeida |
Régua, Cais da Estação da Régua: uma vista do belo e bom restaurante Castas e Pratos para os comboios parados no tempo da linha do Corgo que foi recentemente fechada.
É um património que se perde e mete pena ver assim abandonado.
Ver em fundo, infelizmente, a dolosa e metodicamente infligida ruína do transporte ferroviário em Portugal. Em fundo, lá atrás, os restos, alguns restos, de um tempo em que a ferrovia foi tão importante, numa região onde deixou marcas únicas de raríssima beleza, de dedicado trabalho e de arrojo de engenharia. E de onde desapareceu indigna e aflitivamente e sem deixar alternativa verdadeiramente digna desse nome.
ResponderEliminarMas nada disso vale hoje o que seja.
O povo, embrutecido, confunde - e militantemente o faz - o antigo com o imprestável. O tempo que passa pelas coisas não lhes confere dignidade, antes as faz velhas (no mais pejorativo sentido que se possa dar à palavra). Não se preserva nem se moderniza, no respeito pela história. Destrói-se. A alegada elite que alegadamente o governa, ao povo, manobra impune e despudorada entre o nepotismo, ou clientelismo, os negócios acima da lei.
O país paga. O caminho de ferro do Douro e de Trás os Montes (e de todo o lado) paga. Apaga-se a História (afirma-se por aí largamente, um ramo essencialmente inútil do saber, nestes tempos de "empreendedorismo"; excepto nas versões politicamente correctas do que - e nesses precisos termos - interesse fazer preservar).
Mas parece que estamos muito bem assim.
Costa