Perfil Trasmontano de Trindade Coelho
Autor: João de Araújo Correia
Editora: Portugália Editora, 1961
"A
ligação de Trindade Coelho à terra onde nasceu foi devidamente
destacada por outro escritor, João de Araújo Correia, alto-duriense e
também contista, quando, no último dia de Junho de 1961, para assinalar o
centenário do nascimento de Trindade Coelho, discursou na Casa de
Trás-os-Montes, em Lisboa, sobre o Perfil trasmontano de Trindade Coelho,
conferência que verteu livro (Lisboa: Portugália Editora, 1961),
dizendo, logo no início, que o escritor de Mogadouro, apesar de ter
andado por várias terras (Coimbra, Sabugal, Portalegre, Ovar e Lisboa),
“nunca saiu de Mogadouro”, justificando: “nunca saiu de lá, porque lá
lhe ficou preso o coração à rama dos negrilhos”.
Este é o ponto de partida para considerar o “trasmontanismo” do autor de Os meus amores,
apresentado por ter sido um escritor “independente”, que “não se
enamorou de modas literárias” e manteve, “em cada linha escrita do seu
punho, Trás-os-Montes pintado por uma pena”, com as cores da rusticidade
e da delicadeza. A melhor tela, segundo Araújo Correia, está nesses
contos, que revelam “o cenário do planalto, os animais rasteiros e os
passarinhos, a leiva e a nuvem, a árvore e o homem, os tonilhos contados
à lareira em linguagem imaculada”.
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