Foto: josé alfredo almeida |
Estamos
em época de todos os desabrolhos. O tempo vai de feição, bem ao jeito das
espécies vegetais que hibernam sem saírem do seu habitat, contrariamente a certas
aves que, aos primeiros arrepios, metem o rabinho entre as patas e rumam a
climas quentes.
Pois
aqui estão as nossas prezadas amigas, as vinhas do Senhor, as vinhas de
senhores, airosa e prazenteiramente surgidas da escuridão invernosa. Diz o ditado que “quem poda em Março é
madraço”. Esta foi tosquiada a tempo e
horas de rebentar com os dias crescidos, ensolarados. E aí está ela,
respeitando as leis do seu destino, exibindo três filhotes saudáveis, de um
verde infantil, a alegrar-lhe a ainda nudez. Lá virá o tempo em que lhe arranquem
os ladrões, essas excrescências com a mania de meterem o nariz onde não são
chamadas…
Chamem-lhes
o que quiserem – renovos, rebentos, brotos, novedios, vergônteas, desabrolhos.
Quem com eles ou deles fala, essa gente do trabalho, chama-lhes pampos, pelo menos
neste Douro de letras primárias. Será, sim, uma corruptela de pâmpanos. Que
interessa? O povo poupa no que pode, até nas sílabas engolidas em seco.
A César o que é de César. Pâmpanos formam a
coroa com que Dionísio, a versão grega do tão cantado Baco, é apresentado na
iconografia mitológica. Não acreditam? Consultem o sábio Dr. Google, bem
merecedor de vários doutoramentos honoris
causa…E esta, hein?
M. Hercília Agarez
Vila Real, 30 de Março
..Nada como a tradição ..manda !!
ResponderEliminarA simplicidade ..das palavras ...a sua genuidade ...absoluta..
DURIENSE ..!!
...Tem outro.."SABOR "