Há que fazer muitas coisas!
Abrir o sol, abrir os cortinados
que já teremos tempo suficiente
para beber as sombras quando acabe o dia.
Tocar guitarra
e lançar sementes ao vento
e aconchegar num altar secreto
as tristezas novas que nos guarda o dia
Há que fazer muitas coisas:
retomar a canção velha e perdida,
beber as suas águas, caminhar na sua terra
enquanto sabemos que ainda é nosso o dia.
E aprisionar a sombra
(ela sofre pesadelos tremendos)
é nostálgica e cheia de loucuras:
torna-nos trágicos a metade do dia.
Matilde Casazola
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