Finco meus dedos em teu rosto com leveza de pétalas de
malmequer. Aspiro sofregamente a fragância da tua pele acetinada. Inclinas-te
em busca das minhas mãos, do meu calor. Fecho os olhos para te sentir melhor.
Para te sentir mulher. Para te sonhar minha. Sou um cego a quem dás luz, um
abandonado a quem dás abrigo, um faminto que a tua respiração sacia. A tua boca
foge da minha, não assim a tua vontade da minha vontade. Adivinho-lhe o sabor a
framboesa. A frescura da ambrosia. A textura do algodão doce. Fica comigo,
neste enlevo de afectos, até que a noite testemunhe a beleza de um amor
contido. És etérea. Cristal por onde espreito os teus pensamentos. Sossega. Não
o estilhaçarei com o ímpeto da minha volúpia.
Trouxeste-me no olhar
um bouquet de estrelas:
pétalas de luz.*
*in As Asas
da Libelinha
Vila Real, 15 de Fevereiro de 2016
M. Hercília Agarez
Ficar....permanecer...
ResponderEliminarImpetuosa ..e deliciosamente....
sim..!!!
A fragilidade ...implícita na fotografia!!
O texto .tão requintado...!!