"Mas,
referindo-me, agora, aos bombeiros da Régua, guardo uma especial recordação,
qual é a de, numa certa manhã - teria eu uns 12 anos, talvez em 1934 - ter
visto o meu avô materno (Gaspar Monteiro), face a um princípio de incêndio que
se declarara num telhado da casa que habitávamos, subir arrojadamente ao mesmo
telhado, através de uma janela e, apesar dos mais de 80 anos que já teria, ter
apagado, sozinho, as chamas com um extintor que ele, antecipadamente, fora
buscar ao aquartelamento dos nossos bombeiros, então situado num exíguo pátio
que estava ligado à rua dos Camilos por um pequeno e estreitíssimo quelho.
Admirado com a sua destreza, foi nessa altura que tive conhecimento que ele, o
meu avô, fora, pouco tempo antes, o comandante da humanitária corporação, o que
bem me explicava o seu desusado comportamento, apesar do pedido de todos os
seus familiares presentes, que temiam uma queda, um acidente complicado.
Aproveito para assinalar a estranha localização do quartel naquele quelho,
porquanto qualquer movimentação das viaturas se tornava tremendamente difícil e
demorada. Que comentários se fariam hoje?"
Abeilard Henriques Vilela
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