Toda
a paz da Natureza sem gente
Vem
sentar-se a meu lado.
Alberto
Caeiro/ F. Pessoa
A natureza campesina inspirou, desde sempre, a arte.
Exemplifiquemos com a poesia (desde a Idade Média) e com a pintura
impressionista. As medas são o contexto espacial de A SESTA de Millet (1886) em que se vê um casal de ceifeiros a
descansar do curvado trabalho. Quatro anos depois o seu discípulo Van Gogh
copiou rigorosamente o quadro, (o que aconteceu mais de uma vez), ele que
buscava em ambientes rurais matéria para as suas pinturas.
O ser humano é dotado de uma característica psicológica a que
se chama associação de ideias. Explico, assim, o que me sugeriu a fotografia. A
menina, em pose de sempre folga, marca um contraste com o que lhe serve de
assento passageiro: a macieza arrumada da toilette, complementada com o
lencinho a proteger o penteado da aragem, contrasta com a aspereza solta do
folhelho. Que romântico, dirão as amigas suspirantes, no conforto dos seus
sofás, imaginando-se naquele local sem testemunhas! E bem acompanhadas...
Vila Real, 07 de Janeiro de 2018
M. Hercília Agarez
Interessante visão comparativa!
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