Deixou-o só, a vida.
Apenas lhe concede pequenos prazeres a que a solidão não retira o gosto.
Depois de uma merenda tão pobre como ele, um cigarrito enrolado à mão. Umas
fumaças e o resto do vinho dão ânimo para o regresso ao trabalho.
A boina basca, com que se protege de sol e de chuva, parece inútil naquela interioridade de
desconforto. Talvez lhe abafe os pensamentos tristes, as recordações sofridas.
O cigarro, esse, aquece-lhe a alma. Como a lareira em Invernos geadeiros a
aquecer-lhe os pés com que enfrentará a frialdade de um leito vazio.
Impregna meu
ninho
cheiro
a ausência:
abandono.
in
Folhas em Flor
Vila Real, 01 de dezembro
M. Hercília Agarez
Triste...é a solidão.
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