sábado, 4 de fevereiro de 2017

Beija-se a inocência




Onde a inocência se beija
chovem estrelas
desabrocham miosótis
entoam as aves
cânticos de ternura
brilha mais o céu
de azul mais azul
o sol lá do alto
dá a sua bênção
comovem-se as árvores
de olhos molhados
o rio curioso
pára para ver
como por magia
surge o arco-íris
em esplendor de cor
um ar de veludo
espalha carícias.

Onde a inocência se beija
cheira a jasmim.

Quando a inocência se beija
morrem os males do mundo
renascem esperanças
tudo o mais é nada. *

* palavras finais de um poema de Ricardo Reis /Fernando Pessoa



M. Hercília Agarez, 3 de Fevereiro de 2017

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